Por que o inverno exige atenção redobrada nas obras?
Durante o inverno, as condições climáticas afetam diretamente o comportamento do solo e a qualidade dos processos de pavimentação. Baixas temperaturas, geadas e períodos de maior umidade interferem na compactação, aderência dos materiais e no cronograma da obra.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em regiões como o Sul do Brasil, a média de dias com geada varia de 10 a 30 por inverno, afetando diretamente a temperatura superficial do solo e, consequentemente, sua estabilidade.
Impactos do frio e da umidade no solo
A movimentação de terra e a estabilização de taludes são tarefas sensíveis à variação térmica. Quando o solo está excessivamente úmido ou congelado, sua estrutura se torna instável, dificultando tanto a escavação quanto a compactação adequada.
Estudos do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) apontam que a compactação de solos com temperatura abaixo de 5 °C apresenta uma perda média de 15% na densidade seca máxima, impactando diretamente a capacidade de suporte da fundação, segundo DNIT – Manual de Pavimentação.
Riscos na pavimentação asfáltica
A aplicação de CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente) requer temperaturas mínimas do ar e da superfície para garantir aderência e acabamento adequado. O asfalto precisa ser espalhado e compactado rapidamente antes que sua viscosidade aumente em função do frio.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Obras Públicas (ABOP), a temperatura da superfície deve estar acima de 10 °C para garantir uma boa aderência do asfalto. Abaixo disso, aumenta-se o risco de fissuras prematuras e falhas na junção entre camadas.
Boas práticas para obras no inverno
Para minimizar riscos e garantir eficiência durante o inverno, algumas medidas devem ser adotadas:
- Planejamento térmico do cronograma: priorizar escavações e etapas de compactação nos horários mais quentes do dia.
- Cobertura temporária do solo: uso de lonas para evitar encharcamento ou congelamento do solo durante a noite.
- Monitoramento contínuo da umidade e temperatura: especialmente em solos argilosos, que têm maior retenção de água.
- Uso de ligantes modificados para pavimentação: que mantêm melhor desempenho em baixas temperaturas.
- Controle rigoroso de cura em concretagens: protegendo o concreto recém-aplicado contra choques térmicos.
Conclusão: prevenir é mais barato do que refazer!
Obras no inverno não precisam parar, mas precisam mudar. Exigem inteligência técnica, capacidade de adaptação e uma leitura precisa do ambiente. Cada fase do projeto, da terraplenagem à pavimentação final, deve considerar as limitações impostas pelo clima e as soluções mais eficazes para mitigá-las.
Ignorar esses fatores climáticos pode gerar consequências sérias: retrabalhos estruturais, perda de desempenho dos materiais, deformações precoces e, o pior, comprometimento da segurança da obra. Além do impacto direto no orçamento e nos prazos, a reputação técnica também entra em risco.
Por outro lado, engenheiros que dominam as particularidades do solo e da pavimentação em períodos frios transformam o desafio em diferencial competitivo. Com planejamento adequado, escolha de materiais compatíveis e protocolos de execução ajustados, é possível entregar obras mais duráveis, eficientes e ambientalmente responsáveis, mesmo nos dias mais gelados.
No fim das contas, não é o clima que atrasa um projeto. É a falta de preparo para lidar com ele. E é justamente esse preparo que diferencia a engenharia comum da engenharia que entrega valor real.
🔍 Na CBI Engenharia, lidamos com o solo como ele é. E como ele se comporta em cada estação.
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